Foto de vários dólares distribuídos em uma superfície plana

Economia

O fenômeno das empresas de tecnologia na bolsa brasileira

Publicado em 24/02/2021 por Luisa Purchio

Durante os últimos quinze anos, o investidor que estivesse disposto a colocar o seu dinheiro em ações de empresas de tecnologia listadas na bolsa de valores brasileira, a B3, teria opções bastante limitadas. Se quisesse apostar em hardware, havia a fabricante paranaense de computadores Positivo e a de terminais de vendas para o varejo Bematech. Se preferisse software, havia a Totvs, a Linx e a Sinqia. E era só. Quando, em 2015, a Bematech foi comprada pela Totvs, as opções ficaram ainda mais escassas.

Ninguém esperava que a B3 rivalizasse com a Nasdaq, casa de colossos tecnológicos como Apple, Microsoft, Amazon, Google, Tesla e Facebook. Mas, ainda, se tratava de uma representação decepcionante num mundo em que a economia fica cada vez mais digital. “Quando entramos na bolsa, não existia conhecimento de tecnologia, as pessoas não sabiam o que a empresa fazia e qual era a sua proposta de valor”, recorda Dennis Herszkowicz, CEO da Totvs, companhia fundada na Zona Norte de São Paulo que inaugurou as aberturas de capital do setor tecnológico em 2006 e deu início a um movimento modesto que durou até 2013. “Hoje acontece o contrário. Quando as pessoas não entendem muito bem o que uma empresa de tecnologia faz, parece que se sentem ainda mais atraídas e acham que estão diante de uma boa oportunidade”, compara.

No mundo dos investimentos, esse sentimento é traduzido pela expressão em inglês fear of missing out (FOMO), ou seja “medo de ficar de fora”. E pode ser exatamente isso que está acontecendo no momento na B3. Com a Covid-19 e o isolamento social, os negócios digitais explodiram em todo o mundo, e os investidores começaram a olhar com mais apetite para as ações de empresas de tecnologia. No Brasil, a empresa de hospedagem de sites Locaweb foi a primeira a navegar em novas águas, ao abrir o seu capital já em fevereiro de 2020. O resultado foi uma das maiores valorizações do ano. Desde o IPO, os papéis subiram 577%.

Tal performance em tempos tão inusuais estimulou outras empresas a aproveitar o momento no segundo semestre. Entre novembro e dezembro, Méliuz, Enjoei e Neogrid chegaram à bolsa com sucesso. A primeira delas, por exemplo, alcançou valorização de 183%. Uma nova onda se repetiu nas últimas semanas e mais quatro empresas chegaram: Mosaico, Mobly, Bemobi e Westwing — essa última estreou na quinta-feira 11. Resultado: em um ano, a presença da tecnologia na B3 triplicou, de quatro empresas para doze. Os investidores se provaram muito receptivos a elas (veja o quadro). O valor das ações da Mosaico, dona dos sites de comparação de preços Buscapé, Zoom e Bondfaro, chegou a quase dobrar em seu primeiro dia de operação. Na fila do IPO, ainda estão a empresa de software de recursos humanos LG Lugar de Gente, a plataforma de vendas Privalia e o e-com­merce de vinhos W2W.

Tamanho interesse pelas companhias brasileiras de tecnologia tem sido interpretado como uma tentativa de replicar aqui o que aconteceu com as ações das chamadas big techs nos Estados Unidos. Foram elas que puxaram a rápida recuperação das bolsas americanas após a eclosão da pandemia. A Nasdaq já opera há um semestre em recordes de alta histórica, um fenômeno que levou a Apple a se tornar a primeira empresa a valer mais de 2 trilhões de dólares.

Alguns analistas do mercado, porém, se receiam da possibilidade de haver uma bolha nessa exuberante alta. Hoje, as big techs americanas valem mais que grandes bancos e precisarão manter um crescimento forte para justificar tais expectativas. A desconfiança também paira sobre o mercado brasileiro, ainda que com menor intensidade, principalmente porque aqui as companhias de tecnologia ainda engatinham quando comparadas às maiores representantes do índice Ibovespa.

De qualquer forma, a tendência de digitalização e de diversificação da B3 merece ser celebrada. Não por coincidência, em meio à nova onda de IPOs de tecnologia, novos setores que prometem grande evolução, como o do agronegócio, também crescem em representatividade no mercado de capitais. “O movimento parece ser muito mais um rebalanceamento de portfólios que uma grande onda exclusivamente de empresas de tecnologia”, diz Gilson Finkelsztain, presidente da B3. “As carteiras de investimento no Brasil sempre foram de setores tradicionais da economia, como commodities, finanças, indústria e um pouco do varejo”, avalia. Com o crescimento dos investidores no ano passado e novas empresas techno na bolsa, esse perfil está mudando.

Foto de corredor posicionado na linha de largada

Esportes

Avanço tecnológico modifica recepção dos esportes

Publicado em 19/02/2021 por Grupo LANCE!

O mundo está se digitalizando e, ainda que o processo esteja decorrendo de uma forma bem natural, percebemos que isso modifica a forma como os esportes são recebidos por seus públicos. Confira como o avanço tecnológico modifica a recepção dos esportes.

Sabemos bem como os esportes são importantes na vida do povo brasileiro. Desde sempre, o mundo das partidas esportivas tem motivado grande interesse e emoções, sendo que o esporte-rei, o futebol, é o que mais faz vibrar nossa nação. O amor que os brasileiros têm aos esportes, no entanto, é algo que está mudando e adaptando-se à realidade renovada do século XXI.

Hoje, muito mais do que ver seus times em ação ou ver jogos ao vivo, na arena, estamos encontrando novas formas de nos envolvermos com os esportes, de saber mais sobre eles e até mesmo de ter um papel ativo nos dias das partidas. O aparecimento de novas plataformas digitais de mídia, de casas de apostas online ou de websites dedicados às resenhas e prognósticos para cada jogo fez parte dessa mudança. Ainda assim, não foi apenas isso que se modificou: as próprias regras do jogo se adaptaram ao mundo eletrônico, trazendo novidades incríveis como novas formas de reconhecer faltas ou novas formas de transmissão.

A recepção dos esportes tem, dessa forma, se modificado de um modo incrível e, sendo fãs do mundo esportivo, não poderíamos deixar de lhe trazer esse artigo sobre como a recepção dos esportes está mudando para se adaptar ao digital. Confira.

Esportes e o mundo digital: o que está mudando?

O mundo esportivo, tal como todos os demais aspectos de nossa vida, está se modificando. Aos poucos, os esportes se adaptaram às novas dinâmicas do mundo eletrônico, permitindo que o contato com as notícias, os jogos e as previsões fosse facilitado e criando um espaço mais envolvente para os fãs.

A tendência do acompanhamento online dos esportes está se tornando cada dia maior e a necessidade das pessoas já não é somente sobre ver as partidas mas também sobre conhecer os jogadores, as transferências, as dinâmicas internas de gerenciamento e muitos outros aspectos sobre seus times prediletos.

As redes sociais foram grandes promotoras disso mesmo, assim como os websites oficiais dos clubes e os espaços de mídia digital, como o nosso, que versam sobre a temática.

A difusão dos esportes e sua recepção

Acompanhando o desejo dos amantes dos esportes, estes também modificaram muitas de suas dinâmicas. Em campo podemos encontrar exemplos como o árbitro de vídeo e outras ferramentas de inteligência artificial que apoiam os processos práticos. Por outro lado, tecnologia cada vez mais avançada permite transmissões melhores, em HD e deixa, até, que você possa colocar uma aposta em seu time favorito já durante o jogo, em live.

As novas formas de difusão tornam a recepção dos esportes mais próximas dos fãs e mudam por completo toda a dinâmica, aproximando o mundo esportivo dos amantes das modalidades e melhorando sua experiência global.

Foto do Palácio do Planalto (Distrito Federal - Brasília)

Política

Facebook vai reduzir exibição de conteúdo político em teste no Brasil

Publicado em 10/02/2021 por Alessandro Feitosa Jr

O Facebook anunciou nesta quarta-feira (10) que irá reduzir a exibição de conteúdo político para "uma pequena porcentagem de pessoas", em um teste que acontecerá no Brasil, Canadá e Indonésia a partir desta semana.

"Durante esses testes iniciais, avaliaremos diferentes maneiras de classificar o conteúdo político no feed das pessoas, usando vários sinais para então decidir as abordagens que usaremos no futuro", disse a rede social em um comunicado.

O G1 apurou que o Brasil está entre os países em que as pessoas mais relatam ver muito conteúdo político no Facebook e que esse é um dos motivos pelos quais participa do experimento.

O Facebook não deu exemplos do que considera um conteúdo político, mas disse que publicações de agências e serviços oficiais do governo não serão afetadas.

O experimento vai servir, inclusive, para estudar como as pessoas entendem e definem o que são posts relacionados ao tema, segundo fontes ouvidas pela reportagem.

O teste será ampliado para usuários nos Estados Unidos nas próximas semanas, mas a plataforma não informou por quanto tempo irá manter as mudanças em cada país.

A empresa afirmou que irá perguntar às pessoas que participarem dos testes como foi a experiência ao usar a rede com menos conteúdos relacionados à política, mas ressaltou que o tema não irá desaparecer completamente do feed.

A iniciativa tinha sido antecipada pelo presidente-executivo da rede social, Mark Zuckerberg, durante a apresentação do balancete da companhia. Na ocasião, ele também revelou que a plataforma iria deixar de recomendar grupos políticos aos seus usuários.

"Um dos principais retornos que temos ouvidos de nossa comunidade é que as pessoas não querem que política e brigas tomem conta de suas experiências em nossos serviços", disse o executivo.

"Claro, sempre será possível participar de discussões e grupos políticos, para quem quiser", completou.

Engajamento

O Facebook diz que, com base em dados dos EUA, o conteúdo político representa apenas 6% do que as pessoas veem na rede social.

Porém, um levantamento da própria empresa em outubro de 2020 mostrou que a maioria das páginas com mais engajamento (curtidas, comentários e compartilhamentos) abordavam esses temas.

Os algoritmos das redes sociais privilegiam conteúdos com mais engajamento, principalmente por manterem as pessoas por mais tempo nos aplicativos, uma medida valiosa para gerar receitas.

Durante todo o ano passado, a empresa obteve quase US$ 86 bilhões em receitas e alcançou mais de US$ 29 bilhões em lucros, um aumento de 58% em relação ao mesmo período de 2019.

Os resultados positivos aconteceram apesar do boicote de marcas, que reivindicavam medidas mais rígidas contra a disseminação do ódio e de conteúdos racistas em sua plataforma.